sábado, 2 de abril de 2011

Caminhoneiros, pedreiros e as cantadas baratas.

Fico frustrada quando um caminhoneiro buzina ou quando um pedreiro fala alguma gracinha quando nós, mulheres, passamos na rua. Eles não diferem se é feia ou bonita, gorda ou magra. Se não tem cenoura entre as pernas (salvo os travecos) eles lançam as benditas cantadas baratas sem nem pensar duas vezes. 
Acredito que isso seja tão natural quanto comer chester no Natal. Deve ser automático. Dentro da cabeça deles deve ter um sensor que quando passa alguma mulher ele apita, e independente de onde eles estejam, eles surgem do NADA. Tipo pomba, sabe? Você tá caminhando na rua sem incomodar ninguém e elas saem dos lixos, dos encanamentos e voam na sua frente, cagando em você ou soltando penas. Com os pedreiros é assim, onde você menos espera tem um pra te chamar de delicinha ou coisa pior. 
Me tira do sério isso. Dá vontade de virar na hora e lançar o dedão, mas minha mãe querida me deu boa educação e eu simplesmente finjo que não ouvi nada. 
Eles têm uma criatividade e tanto! Não sei porque desperdiçam ela numa obra. Outro dia tinha dois pedreiros numa obra e um deles soltou o baita elogio: "Hummm...quer ser a cereja do meu floresta negra?"
CARA, um pedreiro falando floresta negra! Rs. Eu quase parei e dei os parabéns por ser tão criativo. Podia falar chocolate do meu brigadeiro, meu doce de leite com queijo, coisas mais simples assim. Mas não, ele apelou pro floresta negra. Na hora que ele falou isso eu até olhei pra ver se ele não tava de terno. Vai saber, né. 
Prova para seleção de pedreiros para as obras deve ser assim: Loirinha bonitinha cruzando a esquina. Letra A, gostosa. Letra B, adoro uma loira. Letra C, de onde veio isso tem mais? Ou letra D, todas as alternativas acima estão corretas. Pronto, todos passam na prova de seleção, mas só ficam aqueles que sabem fazer um cimento, pregar um tijolo.
Ou eles podem pensar que estão fazendo um favor à humanidade nos elogiando. Acreditem, não estão. Às vezes a gente só quer andar pela rua, sem precisar ouvir um elogio sequer. E ok, isso não é só com os coitados dos pedreiros e caminhoneiros (alvos da minha crítica hoje), é com todo mundo! Tem horas em que só olhar já é um baita de um elogio, portanto, não desperdice suas palavras pra qualquer pessoa na rua. Vai que ela não tá num dia muito bom.

E aí gatinha, vai um tubaína com pão e mortadela?

2 comentários:

Raphaela Sacchi disse...

"Nossa, não sabia que boneca andava..."

Você sempre foi revoltada com cantadas. Nunca vou me esquecer de quando um cara disse "Nossa, que lindas!" ali perto da padaria do xadrez e você virou revoltada dizendo "Rapha, você se chama linda? Eu também não me chamo linda! NINGUÉM AQUI É LINDA!" HAHAHA É realmente insuportável algumas vezes andar na rua e ouvir certos tipos de elogios. Gostaria que os pedreiros, caminhoneiros e pervertidos do mundo todo pudessem (ou soubessem) ler esse texto.

Amei seu texto amiga! Senti falta das suas ironias nesse blog.
Te amo ♥

Raphaela Sacchi disse...

Por obséquio:
"Será que você pode ir tomar no seu cu, por favor?"