sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Hello, december

E então chegou Dezembro. Dezembro. Mês de festividades. De analisar o ano que passou e de planejar o que está por vir. Planejar nada, só espero que passe sem contas pra pagar. O resto a gente vai ajeitando aos poucos. Essa coisa de ficar desejando um ano melhor, patati, patatá é a mesma coisa todo ano. E convenhamos? Se for listar o que desejou e o que aconteceu: de 10, talvez 5 ocorram. E dentre elas não está a mercedes-benz que você quis ganhar do sorteio de Natal. Não mesmo.

Digno do mês de Dezembro: ler todos os meus textos e ver com outra perspectiva, o que eu pensava antes e analisar o que mudou. E olha, como dei risada. Vi o quanto amadureci em algumas ideias, o quanto dramatizei em outras e me conclui feliz. 

Fazendo uma recapitulação geral desse ano: foi melhor do que eu imaginava. Passei uns perrengues, chorei, sofri, mas o importante é que emoções eu vivi...Mentira. Esse ano me acrescentou em muitas coisas. Ganhei responsabilidades, sorrisos, amigos e só tenho a agradecer. O que de ruim aconteceu, tirei de letra. Não tô aqui firme e forte? Rá.

Então senhor 2012, se for pra acabar o mundo...manda vir! Tô preparadíssima pra morrer. 
Mentira.

Que venha mais um ano de realizações e coisas boas...E o que vier de ruim? A gente manda pro inferno! Fui.


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sobre os silêncios que perduram

Daquelas palavras que são digeridas no palpitar dos segundos. Das coisas mal resolvidas, que por si só mal entendidas. Do que tinha que ser dito. Digere-se. Mascam, engolem à seco e mascaram-se. E se acrescentam num enovelado infindável de um vazio (in)finito. Das brisas que acalentam. E o silêncio. Silêncio que passa (que pesa). Que perdura a fala. Que salienta os olhos e que se esvai aos poucos. Silêncio tardio desfeito pelos mesmos devaneios de outrora...que arrebata e invade como se conhecesse o caminho de todos aqueles sentidos. Caminho que se re-faz e se des-faz naquele mesmo imaginário utópico, daquelas únicas sensações que agora encontram-se camufladas nesse (des)caminho com gosto de lembrança. Dessas almas não entregues por inteiro e do incômodo que se faz e não se esvai nesses temporais silenciosos, desse inevitável cotidiano interior. 



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Crônica desconhecida

Procuro desconhecer. Desconhecer as letras, para me deitar nos espaços em branco. Desconhecer os números, para acreditar no infinito. Desconhecer quem me conhece, para descobrir devagar, de olhos fechados, os segredos de cada sorriso. Desconhecer as casas, para me enganar e entrar numa qualquer como se fosse desde sempre. Desconhecer o tamanho do meu pé, para experimentar ser Cinderela. 

Desconhecer a minha mãe, para lhe dar mimos como se estivesse por dentro. Desconhecer todas as avós do mundo, para inventar uma igualzinha à minha. Desconhecer as plantas dos meus vasos, para lhes dar água como se fossem bocas. Desconhecer os beijos, para me deixar estar. Desconhecer as palavras, para acreditar no que se diz. Desconhecer o meu nome para me chamarem sempre por amor. 

Desconhecer os meus vizinhos para lhes perguntar onde vivem. E descobrir que vivem no mesmo prédio do que eu, e que afinal tenho nome, e sapatos à medida do meu pé, mas que nem sempre tenho pé para os dias que correm. Desconhecer que para voar preciso de asas ou de aviões ou de sonhos para além da lógica. Desconhecer o adeus para dar sempre as boas vindas.

Desconhecer que o frio faz frio e o calor faz suar e que as estrelas estão no céu e que a música às vezes magoa e os olhos choram. Desconhecer o som do telefone, desconhecer o calendário, desconhecer o relógio, desconhecer que às vezes quero e outras vezes nem por isso. Desconhecer tudo, devagar, sem pressas. E acreditar que há um tempo certo para aprender a conhecer o desconhecimento pleno das coisas.


Eduarda Freitas
Retirado daqui

terça-feira, 4 de outubro de 2011

5 dias

"De todo o amor que eu tenho, metade foi tu que me deu."

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Como se fosse a primavera

As cores se destoavam dos ventos fortes que ocupavam aquela manhã. Com os olhos cerrados, ela sentia a calmaria que provinha das flores e que impregnava todo o seu ser. Ela podia suspirar novamente. E com um sorriso de canto de boca, pôde sentir depois de tanto tempo o seu coração soar um palpitar tranquilo e emanar uma paz sem igual. 

Ela sempre se identificou com a primavera, e fez dela, sua passagem de estação contínua. O inverno que cismava sempre em incomodar, ficou em segundo plano de vez. Os antigos amores, assim como as pétalas, se renovaram...dando margem assim aos novos suspiros. Seu corpo se apossou de uma leveza tão profunda, que fez dela leve como uma pluma e fez com que experimentasse assim, a delícia de ser primavera outra vez. 




quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Da cor do seu cabelo

Aquele girassol, responsável pelas cantorias diárias...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Diário de bordo

Dia 1º de Setembro, pé na estrada. Destino? Floripa com escala em Belo Horizonte. Como todo bom e velho (nem tão velho) estudante, fui de carona com um professor e uns amigos. Viagem rápida, conversa de macho que de nada me interessava, sono e...sono. Fui pra casa de uma amiga muito muito querida, que precisava de umas boas risadas comigo. 

Peguei um táxi, pois quem tem boca vai à Roma, mas quem tá perdido anda de táxi. Trabalhador, pai de dois filhos (tinha acabado de fazer vasectomia, por isso não carregou as malas), já tinha dirigido caminhão e acabou parando no táxi. Não quis saber de estudar, seu sonho sempre foi dirigir, dirigir e dirigir. É, esse era o motorista. Simpático, exceto pelo fato de chamar estudantes que pegam carona de malucos. Está certo, de fato. Mas prosseguiremos...

A chegada foi como eu esperava. A saudade saía pelas ventas e não cabia nos abraços. Foram dias compostos de papos filosóficos diversos, jantares/almoços improvisados e andanças de pijama pela rua atrás de umas pizzas. Teve direito à conversa rápida com um australiano muito Kelly Slater, tocos de árvores que pareciam pássaros mortos (que supostamente me transformaram numa troglodita por tê-lo chutado) e filmes, muitos filmes. Deu pra matar 1/3 dessa saudade que já passa a me perturbar novamente. 

Pronto, Floripa. Primeira vez que ia andar de avião. Chico Buarque no mp3 e bon voyage! O medo de ultrapassar os 23 kg foi tão grande, que metade da minha mala ficou em BH. E, adivinhem? Deu míseros 10 kg. Mas tudo bem, faz parte. No raio-x, enguiçaram com a minha tesoura sem ponta e com o meu compasso lindo de desenhar bordas de cerâmica. Pediram desculpas por terem confundido com uma R-15 e eu prossegui viagem.

Devo parabenizar os comissários de bordo e o piloto pela clareza ao falar em inglês. Eu juro, que se um dia acontecer alguma coisa no voo em que eu estiver e eu perceber a existência de algum estrangeiro junto. Eu explico pra ele todos os procedimentos novamente, porque olha, parece que ele fala comendo paçoca. E na hora da tradução das instruções para o inglês, eles praticamente reduzem a um mero: good trip. And fuck you, né. 

Levantamos voo. Do lado esquerdo, uma mulher que se estressava quando eu me inclinava um pouco para ver o céu (lindo, por sinal). Do lado direito, uma senhora que achava um absurdo não ter café num voo para estrangeiros. "Que cultura do Brasil vocês querem passar? Isso é um abs..." fones de ouvido. 

Enfim Floripa. Frio, chuva todos os dias, Heineken por 4,50 e boas risadas. Dormi no quarto com 4 pessoas sensacionais, e das quais, pretendo cultivar uma amizade além da SAB. Ao lado havia um pessoal do Amapá, pessoas de uma simpatia imensa que tive o prazer de conhecer também. As conversas eram praticamente todas de cunho arqueológico e ao mesmo tempo divertidíssimas. É uma coisa tão, mas tão boa se relacionar com gente da mesma linha de interesse que a sua. As abordagens são diferentes e ao mesmo tempo, cada coisa acrescenta independente da área em que você trabalha.

O congresso foi um pouco decepcionante devido a organização ou a falta dela (comida, cronograma e informações), mas de qualquer forma, me acrescentou em diversas coisas. Voltei com um olhar mais abrangente, mais bonito e sem deixar de ser simples ao mesmo tempo. Olhar este que capta a mínima mensagem presente num pequeno fragmento de cerâmica, observando a cultura inserida nele. Bonito, sem mais. 

Pude também despertar outra paixonite em mim: Osteoarqueologia. Participei de um mini curso e, assumo, a glabela e o opistocrânio nunca foram tão fascinantes pra mim. Tô apaixonada, tô estudando tudo e não tô nem ligando pro que vão dizer (Luan Santana feelings).

Nos dias do congresso, almoçávamos num restaurante vegetariano (pseudo chinês) muito gostoso! No qual tinha uma chinezinha fofinha-que-vontade-de-apertar e uma comida muito, mas muito saborosa mesmo. Nem senti falta da carne. Ah, tinha sushi! Nham! E foi descoberta do colombiano que tivemos a sorte de compartilhar o mesmo cômodo. Não só o cômodo como o "no no no", "cadê minha pijama?" e "pobrecito el perrito". rs!

Depois de tanta chuva, no último dia era "Sol o que me faltava.". E eis que surge a bendita Lady Murphy. Nem tudo pode ser perfeito, eu sei. Mas essa história de tá no inferno, abraça o capeta realmente não cola. Resolvemos ir pra praia. Sem dinheiro, sem saber quais eram os ônibus que tínhamos que pegar...só com a cara, a coragem e duas malas enormes. 

Depois de pegar o ônibus errado, ouvir a cidade inteira vender dvd, almoçar literalmente numa mercearia e conhecer uma praia com uma mísera faixa de areia dura (ok, só pelo barulhinho do mar e pela maresia, já valeu a pena). Meu voo foi cancelado, depois teve o atraso de uma hora. Resumindo: Dormi na rodoviária, meu ônibus atrasou (pra variar) e finalmente cheguei em Diamantina (bati os pés no chão com força. Felicidade grande de sentir essas pedrinhas). 

No mais, valeu muito a pena essa viagem em todos os sentidos: Aprendizado, pessoas, conhecimento...enfim,  obrigada às pessoas que me proporcionaram essa experiência e...até a próxima! 

Nós e o nosso GRANDE AMIGO Colin Renfrew.