terça-feira, 13 de setembro de 2011

Mario Quintana me entenderia.

Há coisas que a minha alma, já mortificada não admite: Assistir novelas de TV. Ouvir música Pop. Um filme apenas de corridas de automóvel, uma corrida de automóvel num filme. Um livro de páginas ligadas porque, sendo bom, a gente abre sofregamente a dedo: espátulas não há... e quem é que hoje faz questão de virgindades...

E quando minha alma estraçalhada a todo instante pelos telefones fugir desesperada me deixará aqui, ouvindo o que todos ouvem, bebendo o que todos bebem, comendo o que todos comem. A estes, a falta de alma não incomoda. (Desconfio até que minha pobre alma fora destinada ao habitante de outro mundo).

E ligarei o rádio a todo o volume, gritarei como um possesso nas partidas de futebol, seguirei, irresistivelmente, o desfilar das grandes paradas do Exército. E apenas sentirei, uma vez que outra, a vaga nostalgia de não sei que mundo perdido...

(Alma Errada, Mario Quintana)

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